Há 42 anos me conheço, no entanto sei pouco
sobre mim.
Levamos uma vida inteira para tentar nos entender e, ainda assim,
pouca gente se encontra no final.
Nasci em Pedra Azul, no interior de Minas Gerais e cresci
subindo nas árvores no quintal do vizinho. Meu sonho era ter uma casa entre os
galhos da mangueira. Mesmo hoje, com essa vida louca, trabalhando muito e
sabendo me virar mil vezes mais, meu amor por natureza e meu sonho da casa na
árvore não morreu. Porque, de todas as fases da vida, infância deve sempre
coexistir com juventude ou velhice. É isso que não me permite me perder de quem
eu sou em essência.
Meus olhos são da cor castanho-sem-graça mas, mais
importante que a cor, é a forma como costumo enxergar com eles: da forma mais
positiva do mundo. Aprendi com a vida que tudo, absolutamente tudo, tem um lado
bom e uma necessidade imensa de acontecer. A vida é inteira interligada e
coisas boas só acabam porque existem coisas melhores para acontecer.
Crer é
minha palavra favorita no dicionário porque vai muito além de um significado
escrito. Crer é o primeiro passo para nos tornar capazes do que quer que seja.
Já me mudei de cidade e, nessas idas e vindas, descobri que poucos amigos
realmente ficam. A vida é feita de fases e poucas coisas sobrevivem a elas. Mas
descobri também que isso não é ruim, é necessário. Tudo acontece da maneira
como deve acontecer para que possamos crescer e formar nosso caráter.
Descobri
também que amor é o que há de mais importante no mundo. Amor é capaz de acabar
com as guerras, desarmar homens e curar doenças, mas, infelizmente, está em
falta no mercado. Entretanto, percebi que este não pode ser comprado ou
emprestado. Amor vem de dentro e deve ser cultivado, regado e cuidado como a
mais bela rosa. Acontece que, como todas as rosas, também possui espinhos que
cortam muito mais do que as pontas dos dedos. É preciso saber lidar. Saber
amar. Saber ver de outro ângulo: Na verdade, são os espinhos que possuem rosas.
Entende? Esta é minha filosofia.
Todos os dias tento ser melhor porque acredito
que tenho força, tenho coragem e, especialmente, bondade em mim. E que isso
tudo deve ser desenvolvido a cada dia para que, ao final da vida, eu possa
dizer enfim: valeu a pena. Porque vale, meu amigo, vale… "tudo vale a pena se a
alma não é pequena". E garanto, com vigor, que a minha é das maiores: guardo
tudo dentro de mim feito gaveta de memórias. Tenho dores que insistem em
latejar quando chove forte. Mas, acima de tudo, tenho alegrias que me trazem de
volta à superfície todas as vezes em que me encontro sem ar.
Já me perguntaram diversas vezes se sou sempre assim feliz e educada… e a resposta é não. Não mesmo. Sou humana, cometo erros. É normal, é óbvio, é do ser humano. Perdoo, apesar de não esquecer. Finjo não lembrar de outras coisas para não prejudicar minha convivência com ninguém. E trato todo mundo como gostaria de ser tratada, sem nunca agir com falsidade. Quando não gosto, faço cara feia, admito. Não gosto de gente grossa, conversas fúteis, quem procura só por interesse, quem leva tudo muito a sério. Sei que às vezes pareço séria, mas a verdade é que não consigo levar uma conversa boa sem fazer alguém rir. Estou sempre sorrindo: aprendi que é assim que se atrai coisas boas.
Acredito também em energias negativas e saio de perto de quem sinto clima pesado. Eu acredito em coisas que ninguém acredita e pessoas que ninguém confia. Eu tenho um sexto sentido quase místico: vejo muito além da capa, das intenções, dos fatos. E eu sei que agora você pode me achar uma louca varrida mas, acredite, não sou… sou só muito sensível à tudo. Felicidade é exagerada em mim e tristeza também. Vejo mais do que o normal nas pessoas. O meu sonho é mudar o mundo. Eu quero ser útil, entende?
Eu acredito que não nasci à toa, ninguém nasceu. Eu quero fazer diferente, ser diferente, porque acho que é o que falta no mundo… alguém que saia dos padrões normais. Atualmente, me contento em fazer a diferença na vida de alguém.
Minha saudade tem muitos nomes e muitos motivos: Desde minhas avós que agora vivem no céu, até meus pais e meu irmão que vivem tão longe de mim. Talvez seja por isso que eu acredite nas coisas simples… O amor é simples.
Ainda que eu morra de medo de tudo, eu creio e, assim, sei que posso.
Todos somos capazes.
Me chamo Cristina e deixo aqui o meu muito obrigada a você que leu.
Meus amores... Muito obrigada por tudo!!!
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