quarta-feira, 9 de outubro de 2013

E eu?


Eu sinto falta de muitas coisas. 
Coisas que vivi e mal vi passar, coisas que aos poucos fui deixando e esquecendo pelos cantos, coisas, que de tão raras, foram tiradas de mim. 
São lugares, momentos, pessoas, anos e dias inteiros que me apertam o peito. 
Fases pelas quais nunca mais passarei, ruas de pedra por onde nunca mais andarei. 
E eu sinto tanto! 
Sinto por ter que deixar tanta vida para o espaço. 
Mas todo mundo um dia o faz. Todo mundo deve abrir mão, alguma vez na vida. 
É o custo desse tempo aqui no mundo: ter que deixar centenas de coisas que um dia já foram importantes para você. Desde os sonhos às rotinas boas. Desde àquilo que não fizemos. O tempo perdido, a palavra não dita, o dia de chuva que não nos molhamos. Devemos abandonar, hora ou outra. E minha hora chegou. 
A cada dia que passa me sinto deixando uma vida inteira de presente ao universo. 
Sei que poucas coisas voltarão. Sei que de muitas sentirei falta. Mas, afinal, estou pagando o preço que se paga por crescer. 
Quando, lá pelos meus 9 anos, eu achei que ser adulta era poder ter tudo aquilo que se quer, eu estava enganada. Ser adulta é muito mais sobre a renúncia. 
Cada ano que passa, mais coisas se perdem. 
E quem é que para no meio da rua para nos esperar, como faziam os nossos pais enquanto amarrávamos os sapatos? 
O mundo pelo menos não. 
Preparados ou não, ele continua girando… 
E a  gente que se segure!

Uma saudade: a rua da minha casa... em Pedra Azul, MG.
E todas as lembranças que ela me traz...


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